NAFTALENO
HEMÓLISE
Os humanos sofrem hemólise após exposição ao naftaleno por inalação, via oral ou via dérmica. Normalmente, os animais não são tão susceptíveis como o homem, não havendo evidências de hemólise nos ratos ou nos ratinhos.
A hemólise induzida quimicamente é causada por uma quebra do sistema que protege as biomoléculas dos eritrócitos da oxidação. No eritrócito, a principal enzima antioxidante é a glutationa peroxidase (Gpx), que é uma metaloproteína que utiliza a glutationa reduzida como cofactor. A glutationa oxidada é reduzida pela glutationa redutase.
A principal fonte de NADPH nos eritrócitos é a oxidação da glucose-6-fosfato pela enzima G6PD. Indivíduos que sofrem de uma condição genética que causa uma deficiência desta enzima têm menor capacidade de produzir NADPH. Desse modo, são mais susceptíveis à hemólise do que os indivíduos sem este defeito genético.
Como o naftaleno é conjugado com a glutationa para ser excretado, pode reduzir a quantidade de glutationa disponível para a glutationa peroxidase e aumentar a vulnerabilidade da célula à oxidação. Também é possível que um metabolito do naftaleno actue como inibidor para a glutationa peroxidase ou glutationa redutase.
Ambas as hipóteses serviriam para aumentar a sensibilidade de qualquer indivíduo exposto ao naftaleno a um agente oxidante externo. No entanto, devido à severidade da hemólise que ocorre após exposição ao naftaleno, é provável que o naftaleno ou que um metabolito deste actue também como um agente oxidante no eritrócito. Infelizmente, não há dados que associem a produção de qualquer metabolito com o início da peroxidação dos eritrócitos.
[5]
CATARATAS
Muitos dos estudos em animais sugerem que a toxicidade do naftaleno é mediada pela formação in situ de 1,2-naftalenodiol nas lentes. Foi proposto que o metabolismo do naftaleno começa no fígado, produzindo metabolitos epóxidos que são consequentemente convertidos em compostos hidroxilo estáveis que circulam para as lentes.
O metabolito 1,2-naftalenodiol é subsequentemente oxidado a 1,2-naftaquinona e a peróxido de hidrogénio. A quinona liga-se aos constituintes das lentes (proteínas, aminoácidos e glutationa), perturbando a sua integridade e transparência.
[5]
MECANISMOS DE TOXICIDADE