NAFTALENO
CARCINOGENICIDADE
A exposição por inalação em ratos foi associada com a indução de neuroblastomas do epitélio olfativo e de adenomas do epitélio respiratório nasal. Ambos os tumores foram considerados raros e incuráveis nos ratos.
Em estudos de exposição do naftaleno por inalação em ratinhos houve aumento de incidência dos adenomas bronquíolo-alveolares nas fêmeas. O aumento da incidência nos machos não foi estatisticamente significativo.
Os estudos realizados por administração oral, intraperitoneal e subcutânea foram demasiado limitantes e não permitiram avaliar a carcinogenicidade do naftaleno.
Mecanismo de carcinogenicidade proposto: Os maiores níveis de metabolismo do naftaleno nos ratinhos levam à formação de metabolitos citotóxicos nos pulmões, provocando renovação celular e tumores. Nos humanos, os níveis máximos de metabolismo dos microssomas pulmonares são cerca de 10 a 100 vezes mais baixos do que os observados nos ratinhos, explicando a diferença de ocorrência de tumores inter-espécies.
A Agência Internacional de Pesquisa em Cancro (IARC) da Organização Mundial de Saúde concluiu que não havia evidências suficientes para avaliar a carcinogenicidade do naftaleno em humanos, mas encontrou evidências suficientes em animais para concluir que o naftaleno é carcinogénico, pelo que colocou o naftaleno no grupo 2B (possível carcinogénico para humanos).
[11]
Estudos epidemiológicos
A análise de estudos epidemiológicos realizados em humanos sugere uma possível associação da exposição ao naftaleno com:
- cancro nasal
- cancro pulmonar
- outros - cancro da traqueia e cancro coloretal.
No entanto, o facto de muitos destes estudos não referenciarem muita informação importante, como o nº de indivíduos fumadores ou uma estimativa da quantidade de exposição, levanta muita controvérsia quanto à associação do naftaleno com estes carcinomas.
[12]